A alimentação baseada em Hyper Local Food é sinónimo de frescura e também de respeito pela sazonalidade. Esta expressão remete, com efeito, para ingredientes locais que têm a sua origem na proximidade.
O Homem é uma parte da comunidade humana, sendo a Humanidade uma parte da Natureza. Porque não partilharmos os alimentos que todos produzimos em comunidade? Este é o mote daquele que começou por ser um movimento gastronómico e que promete novos desenvolvimentos já este ano.
Sabia que os espinafres, tal como os conhece, podem perder mais de metade da sua vitamina C no tempo de trânsito entre o produtor e a banca do supermercado? Para o grosso da população, que vive em ambientes urbanos, esta perda vitamínica é ainda mais notória. Além disso, como os produtos perdem igualmente frescura e sabor, assiste-se a uma quebra na qualidade.
O Hyper Local Food espera, pelo menos, minimizar estas perdas, ao cultivar e partilhar alimentos nas cidades. Dessa forma, proporciona aos consumidores o acesso a produtos quase imediatamente após a sua colheita. Mas, para percebermos este movimento, urge responder à seguinte questão: O que é um alimento hiperlocal?
Os alimentos hiperlocais são cultivados numa zona bastante próxima do local onde vão ser consumidos. Dessa maneira, a distância deixa de ser medida em quilómetros para ser abordada em metros.
Hoje, alguns restaurantes e pontos de venda de produtos frescos de qualidade procuram ter as suas próprias zonas de cultivo. Recorrem, além disso, a produtores locais e comunicam este investimento aos seus clientes, promovendo uma alimentação mais fresca e saudável.
A alimentação hiperlocal foi nomeada pela National Restaurant Association uma das principais tendências nos Estados Unidos. O desafio está lançado e pequenas zonas de cultivo urbanas propagam-se por todo o mundo. Quer sejam particulares ou profissionais, propriedades de restaurantes ou lojas, dispõem de verdadeiros jardins de ervas aromáticas, de alguns vegetais e de várias guarnições bastante frescas.
Na alimentação, uma tendência que merece destaque é a conhecida agricultura interna. Esta baseia-se numa abordagem mais tecnológica de cultivar alimentos em ambientes fechados, sem terra.
A agricultura interna concilia avançados sistemas de hidropónica com técnicas de cultivar plantas sem solo. As raízes recebem uma solução nutritiva balanceada, que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.
Esta técnica, já sobejamente utilizada na agricultura em geral, dá agora os primeiros passos numa abordagem de proximidade. E será que vale a pena?
Devemos mencionar que os alimentos nem sempre são os mais sustentáveis. Mas, sem dúvida, esta tendência oferece a possibilidade de acedermos a produtos frescos, apoiando simultaneamente a comunidade local.
Por tudo isto, comece já hoje a cultivar os seus próprios vegetais e a degustar o sabor de um produto recém-colhido!